sábado, janeiro 02, 2010

Fotografia - Uma das dissertações

O que é para mim a fotografia? É dificil redigir algo que as palavras parecem limitar tanto, mas talvez ao som das músicas abaixo, faça algum sentido. Pelo menos para mim, de alguma forma, faz.

A fotografia para mim é um escape, sinto que é aquilo para onde consigo extraviar a minha criatividade, os meus sentimentos e o meu pensamento diferente e ilusório. Acredito que é através de alguns frames que consigo chegar à minha pureza, à minha beleza e à minha inocência inicial de criança. Creio que é com a fotografia clara, limpa e ideal que atinjo o meu orgasmo criativo, modificando a realidade e melhorando a imperfeição do hoje para a magia dos meus sonhos. É com a fotografia que quase atinjo a luz, que quase fecho os olhos e me transcendo a mim própria, ouvindo a mais bela e suave música clássica, com o toque do piano e o violino esbelto e sensível. É com a fotografia que controlo a minha perfeição, o meu mundo, a minha imaginação e os meus desejos mais íntimos. É com ela que me expresso, que grito a minha dor, a minha força, o meu amor e a minha paixão pela vida. É com ela que me ultrapasso a mim mesma, que vejo quão pequena sou perante a beleza do mundo e quão simples sou perante a complexidade da cor, do universo e do meu próprio paralelo imaginário. É com ela que me sinto mais livre que nunca, de braços abertos, de olhos fechados num mar de branco ideal e claro. Não há passo que não queira dar com ela, não há escada que não consiga subir, não há desejo que não consiga concretizar. Não há submerso que não consiga profundar, não há íntimo que não consiga atingir. Desde a mais longínqua galáxia, cheia de estrelas e pequenas luzes coloridas no meio do nada, até ao mais profundo e ínfimo oceano escuro, é na fotografia que consigo ilustrar-me, ilustrar a minha mente e a minha personalidade. Poucas são as coisas que tanto me satisfazem como a fotografia, poucas são as palavras que atingem este estado, como se costuma dizer, uma imagem vale mais do que mil palavras. Numa imagem leio entrelinhas em cada fio de cabelo, em cada pestana, em cada olhar. Numa imagem descubro um sorriso novo, um sorriso escondido ou um sorriso morto, demonstrando-me estados de espíritos diferentes, sentidos e inocentes. Puros. Pureza. É o que procuro com a minha fotografia, seja no claro ou no escuro, na mistura ou na simplicidade. Algo que me revele segredos, algo que me ilustre sonhos, algo que me faça deixar cair uma lágrima de incoerência, que me desperte os sentidos e a mente, para lá de algum lugar perdido, para lá de algum lugar escondido no meu cérebro, desperto pelas imensas luzes da criatividade ou pela pureza do meu espírito em bruto. Não há nada que me satisfaça como esta arte, que me crie tantos obstáculos e me ultrapasse tantas barreiras. Nada me faz sorrir como a fotografia, me faz chorar com a beleza de uma imagem ou me faça desejar ultrapassar-me como pessoa e como ser único, para alguma outra dimensão que não conheço de forma alguma, nem nesta vida nem (ao que me parece) em qualquer outra que venha a viver/ morrer. A fotografia aproxima-me de diversos caminhos, de lugares novos, de imagens diferentes, de lugares onde apenas nos sonhos consigo desenhar, com a minha enorme falta de jeito e incapacidade de ilustrar com palavras ou riscos o que tento descrever com a fotografia. De alguma forma é uma maneira de me transcender, de transcender a minha mente e a minha criatividade: dar um novo andar à minha torre cerebral, de forma a ultrapassar as nuvens, a atmosfera, a galáxia e tudo o que a rodeia.

Faz algum sentido?









É tão transcendente, esta música.

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