segunda-feira, setembro 27, 2010

27 Setembro

Vou miar alto hoje, bem alto, para ninguém ouvir. Vou falar do que me vier à cabeça, enquanto tudo flui para as teclas. Não me vou preocupar com a ortografia e coerência, quero apenas tentar escrever, visto que não consegui pintar com a luz, que não me consegui exprimir de outra forma.

Hoje foi aquele dia, todo o dia. Aquele dia que nunca mais acabava, que teve tudo para ser daqueles para esquecer e ao mesmo tempo é aquele que é inesquecível. Infelizmente não pelas boas razões.

O dia começa com um belo acidente na ponte, um atraso já garantido, agravado com um acidente de um motociclo. Muitos curiosos, concordo que também eu estava com essa curiosidade. Se pararia o meu carro para ver, acho que não, não me vejo nesse nivel de curiosidade tão intenso que tenha de bloquear todo o destino das pessoas atrás de mim por algo que não me fará diferença nenhuma minutos depois. Tarde e más horas, a Dany ficou doente, tal como o Paulo Jorge. A teoria da multiplicação começa a nascer em mim, fazer o trabalho de três e por vezes quatro pessoas. O ordenado, no entanto, não se multiplica por 3 ou 4. Mal almoço.

Pensei durante o almoço se realmente esta fuga de pessoas para outros países pode ser comparável à fuga da altura da ditadura, quando grande parte da nossa população foi viver para França. Eu acredito que sim, que tudo foi desfazado como antes e que se está a repetir. Mas fugir disto, para onde? Tudo está mau, os valores estão perdidos, a tradição, o amor ao próximo. Esse foi-se e eu incluo-me nesses que perderam muita coisa pelo caminho, muita paciência, muito calor humano, muita e muito de tudo.

Devaneios e horas mais tarde, depois de um telefone constantemente a tocar, de um constante barulho ao meu ouvido vem o pior barulho de todos, o das discussões (que apesar de não ser real, ouço-o bastante bem). Discussões sobre coisas que não acho mal dizer, discussões de coisas que acham que eu sou e discussões sobre coisas que eu nem percebo porque é que são ditas. Discussões, algumas com conteúdo, que me fazem vir de autocarro a pensar porque é que ainda aqui estou. Porque é que não estou a ser quem sempre quiz, independente, lutadora e uma verdadeira leoa. Estou presa a tudo aqui, desde as pessoas ao trabalho. Estou presa a pessoas que já aqui nem estão.. E ainda assim não estou presa, porque a minha mente quer fugir. Todos os dias penso como seria fazer as malas e abandonar esta vida, este país sem esperança. Como seria lutar por algo novo, lutar por mim mesma, por algo que me faça sorrir.

Hoje saí do autocarro a pensar que ainda não sou quem quero ser. Hoje saí a pensar que não entendo estas pessoas, e que acima de tudo não me entendo a mim mesma. Hoje pensei que se pegasse nas malas e voasse daqui para fora, sem dizer nada a ninguém não me importaria, pois o cansaço é tanto que não ligaria nenhuma a abandonar tudo. Hoje não consigo ver o bem que a amizade me fez, o bem que é estar com a pessoa que sempre quiz estar, hoje não consegui ver nada, senão como seria bom pegar em tudo e ir-me embora de vez, sem deixar rastro.

Com todos estes pensamentos, com todos estes sentimentos tive vontade de criar. Hoje tive vontade de vomitar tudo para a tela, pegar numa modelo e conseguir exprimir-me. Hoje queria ter deitado tudo cá para fora e não consegui, tudo ficou preso em mim como palavras que nunca disse e que sei que nunca direi. Hoje pensei que, as acções de cabeça quente são de facto as mais sentidas, as mais sinceras e as mais verdadeiras. Hoje tive vontade de criar e não o fiz. Hoje tive vontade de chorar a todas as horas do meu dia, apeteceu-me estar ao pé do meu pai e simplesmente chorar de cansaço de tudo e de todos. Nem a fotografia me satisfez, porque eu quero é criar, falar, comunicar. Eu quero expressar-me.

Hoje a minha mãe não me tirou jantar, hoje não ficou aqui comigo e mais uma noite, estou sozinha. Cada vez mais assim me sinto, perto de todos e ainda mais longe de tudo. Hoje sinto-me fechada no meu mundinho que podia mudar 360º e eu não me importaria. É aquele dia que o coração está cheio de sentimentos e que ninguém devia ouvir o que eu tenho para dizer porque, das duas uma, ou teriamos uma grande discussão ou a pessoa ficaria completamente passiva aos meus miares de cabeça e coração quentes.



Hoje é sem dúvida um dia para esquecer, mas que eu sei que será inesquecível. Infelizmente, não pelas boas razões.


quarta-feira, setembro 01, 2010

September

Setembro...

Um mês aguardado há uns bons tempos, mas que muita indecisão traz acima da mesa. Que traz opções e escolhas, amargura e (espero eu) bons resultados.

O meu Setembro começa (espero eu) com um sorriso novo, mais branco e mais confiante. Um quarto melhorado, arrumado e branco - como a mais ampla e limpa tela. Uns toques de roxo para ilustrar a irreverência pela qual sou conhecida desde jovem. Um quarto cheio de força para ir contra tudo e contra todos, para triunfar e alcançar aqueles sonhos que sei que me farão sorrir.

Praia, descanso e depois, carga e descarga de energia na fotografia. Flashes, maquilhagem, modelos. Luta pela expressão que há tanto tempo deixei para trás. Onde foi a minha força? Aos poucos fui-me deixando assentar, mas eu nunca fui assim! Eu nunca fui de assentar e é melhor que lute pela minha força e personalidade, antes que seja apenas parte da multidão - algo que sempre prometi a mim mesma que não seria!

Vou tentar correr por felicidade, pelos meus sonhos, por um bom estúdio e por um bom lugar ao sol... onde hajam mulheres bonitas para fotografar, ideias para pintar e criatividade para dar e vender!

Setembro na moda é o Janeiro do ano. E para mim será mesmo. Vai ser o meu ano novo, um ano cheio de objectivos que já se deviam ter concretizado mas foram postos em Hold. Mas é agora que eu tenho de apostar, os anos já se passaram e parece que fiquei como um volcão adormecido na minha própria consciência, misturada com as minhas ideias e fruatração constante.

Está na hora de pegar nas rédeas do meu caminho e mostrar ao mundo o meu potencial, a minha força e a minha preservancia.

I said it before and I will say it again:

I want the world and I am not a patient person