quarta-feira, agosto 11, 2010

Uma cabana

Como disse, mal tenho força para escrever o que me passa pelo peito. Ando constantemente angustiada nunca deixando de pensar que, mais cedo ou mais tarde, tenho de me despedir de ti. Tenho de te voltar a pôr na minha caixa de memórias fechada no coração para que nunca te odeie como odeio tanta gente. Se me trocares vai ser como uma facada profunda e eu nunca te vou conseguir perdoar. Mas também não sei o que fazer para te deixar ir, porque sinto uma dor tão grande e uma angústia tão forte que, como disse, nem escrever sobre isso quase consigo.

Disseste que eu queria um castelo e tu uma cabana, que eu queria fama e tu querias esgoto, mas a na verdade eu nunca quiz nada disso. Eu quero uma cabana, desde que ela seja contigo. Eu não quero fama se me deres protecção. Eu quero uma coisa real, que me faça sorrir todos os dias da minha vida, se não fores tu, não me importa mais com o que seja. E novamente sinto a angústia. Novamente me doi pensar que o meu caminho não te inclui nele porque acho que te devia incluir.

Foi a primeira vez que não me menti a mim mesma ao estar com quem gostava. Não tive de arranjar desculpas, sentir coisas falsas porque eras tu, a pessoa que eu sempre gostei. E isso foi a melhor sensação do mundo, não me sentir a mentir, não ter de usar máscara e não ter de jogar jogos em quem ia perder mais depressa o interesse. Nunca te dei tempo limite, sempre acreditei que, podia não ser para sempre mas que o tempo logo diria. Isso para mim é um passo gigante, como os quase dois largos anos que passei ao teu lado.

Mas com hei-de eu viver sem ti? Como hei-de estar ao teu lado e não te poder abraçar, como te deixar ir? Se eu te odiasse era fácil mas assim, assim não sei como fazer. Como não ir todos os fins de semana ter contigo e com a tua família, como não estra com os teus primos como tua namorada, como admitir a mim mesma que falhei, mais uma vez, e que tu não eras quem eu estava à procura? Como é que se deixa um grande amor para trás? Essa é a parte que eu ainda não sei, a parte que eu ainda não explorei e a parte que mais me corrºoi por dentro. Como é que eu te vejo com outra pessoa, como é que eu te vejo feliz e casado com outra rapariga que não te conhece nem à metade dos anos que eu conheço e fico feliz por ti? Doi-me tanto só de pensar, imagino sentir...

Realmente a vida não é injusta e certamente que o coração é quem causa as maiores injustiças. Mas a verdade é que eu acho que apenas não estamos no mesmo patamar. Ao contrário de ti, eu quero uma cabana agora. Tu quere-la daqui a alguns anos, depois de viveres os teus momentos de "castelo". Já não procuras alguém em quem confiar, alguém que não te vai trair e alguém que não te vai abandonar. Procuras um sentimento espontâneo que, sabes que vai embora mais cedo ou mais tarde, mas não estás a sentir a dor dessa altura, perseguindo-o de olhos vendados como se te mandasses de uma falésia bem alta para as rochas e mar lá em baixo.. E eu como tua amiga, e eu amando-te profundamente como amo, não te consigo impedir. E certamente que não saberei viver com isso.

Dizes que não gostas assim mais de mim, que já não é a mesma cena e que a relação não tem força. Que sabes que a falta de força provém de ti, mas que não vês o propósito em lutar. Há sempre um propósito para lutar, mais que não seja por a tal cabana que tu dizes querer. Aquela cabana que na verdade eu também quero, mas que tu não me queres dar. Queixas-te que sou independente mas nunca pude encostar o meu amor a ti, nunca pude deixar-me ir e descansar a minha constante luta ao teu lado. Estavas quando eu precisei mas eu preciso de ti sempre .Não é só nos piores momentos. A amizade não é só isso... E muito menos é o amor. Se calhar, como te disse, mais tarde havemos de nos encontrar de novo. Secalhar, mais tarde, havemos de nos apaixonar de novo, e eu hei-de te tirar da caixinha de sapatos do meu coração para deixar de novo de mentir ao meu coração. Talvez não te veja a casar com mais ninguém sem ser eu, talvez talvez. Na verdade eu não acredito nisso porque tu, tal como eu, no que toca aos sentimentos és impulsivo. Quando gostares vais mandar-te de cabeça e dizer "Ela é aquela!" quando na verdade não é. Não te vais lembrar que ela não te conhece, que nao sabe pelo que passaste e que não sabe o que dói continuar a teu lado. Nunca saberá o que é lutar por ti, o que é lutar contra todos e muito menos o que é perder-te. Como poderá ser ela a pessoa para ti? Com tão pouco sacrifício e tão pouco conhecimento do teu caminho? Tu sempre fizeste isso, deixaste que pessoas novas se metessem onde as velhas já cá andam há muito, e essa é provavelmente a parte que mais odeio em ti. Essa injustiça que crias, que me deixa sempre para trás.

Na verdade eu só sonho com aquela minha cabana, ao lado da praia, com um gato chamado Ghetto e contigo ao meu lado. Na verdade eu não preciso de fama, se te tiver a ti. Não preciso de me sentir como elas mostram nos videoclipes porque no fundo, a vida não é assim. Eu quero-me sentir eu mesma, real e sem máscaras, como me sentia quando estava contigo nos primeiros tempos. E para isso, qualquer cabana basta, qualquer carro "que me leve às estrelas basta", qualquer merda me basta, assério!, desde que tu estejas inserido no pacote.

Mas e agora? Depois de tudo isto, depois de todo este desabafo e de todo este amor, como te deixo partir? O meu problema não é recomeçar de novo, lutar por mim mesma, alcançar fama e ter um castelo. É conseguir isso tudo e tu não estares comigo, é eu conseguir tudo isso e estar ainda a querer a cabana, ao lado da praia contigo ao meu lado.

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