Depois pergunto-me.. É de mim? Querer algo maior, sonhar e não esperar que te entreguem tudo de mão beijada mas que te dêm permissão para pelo menos teres ambições? Parece-me que é apenas de mim. E apesar de não contar com a ajuda de ninguém, também dispenso pessoas que não me dão boas energias e força para subir, para me melhorar a mim mesma. Penso mil vezes que, para me puxar para baixo tenho eu mesma e a horrivel realidade em que vivemos, mas parece que não me consigo afastar daqueles que não têm fé no que quero e no que ambiciono. Quase que sinto que estou a lutar sozinha, com toda a gente, amigos e inimigo.
Provavelmente sou eu que tenho a mania da perseguição, provavelmente sou eu que não sei o que quero e o que é melhor para mim, mas como jovem de 22 anos não me cabe a mim descobrir? Lutar? Às vezes apetece-me meter-me no avião e desaparecer daqui, deste lugar cheio de más energias. Pensei mesmo hoje, para quê ficar? Subitamente lembrei-me que em breve estaremos em eleições e eu, que nem sei decidir nada de mim e que ando com imensas dúvidas existenciais, pergunto-me em quem hei-de votar. Todos me parecem falsos e ninguém vai mudar o país em que estou a viver. Nenhum deles vai contribuir em nada para facilitar a minha vida e também não me vai dar oportunidades para eu melhorar em nada. Além disso, e de enorme importância, é que não me vão proporcionar ajuda em nada, e provavelmente vão dificultar ainda mais a vida de toda a gente que até me tenha interesse em ajudar. Pensei em votar no Pato Donald, mas também nunca gostei dele..
Ontem foi o último dia do workshop. Saí de lá destroçada, sem saber ao certo porquê.. podiam ter sido várias as razões, o facto de perder contacto com pessoas com quem já criei alguns laços, ter-me sabido a pouco ou muito provavelmente pela falta de perspectivas que tenho em relação á fotografia. Procurava que o Mário, ainda que não ajudasse, proporcionasse um veículo de aprendizagem mais extenso do que um simples curso, que se demonstrasse mais aberto à possibilidade de estagiar e de aprender mais do que preciso. Criar mais confiança em mim mesma e ter uma "rede de segurança" a fazer o que mais gosto de fazer. Infelizmente isto não é uma opção e agora vejo-me sem rede. Basicamente, como no circo, tenho de caminhar de um lado para o outro da corda sem qualquer rede de segurança, apoio ou colchão lá em baixo (que me apare a queda). Mas acho que isso não me deveria deprimir (ainda que deprima). Não me devia afectar e eu devia simplesmente passar ao lado e ser mais forte e mostrar às pessoas que estão erradas. Tenho imenso para provar a toda a gente, aos meus pais, ao Mário e a todos aqueles que nunca acreditaram em mim. Tenho imenso para provar ao meu espelho que, todos os dias me enche de dúvidas e desilusões.
Hoje não me parece, talvez amanhã..
Talvez amanhã já esteja mais forte, mas hoje ainda devo ter angústia no meu peito, até ela passar, conto que o faça depressa.
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